Gostaria de agradecer à Mestranda Soraya Lima por suas contribuições para o sucesso de nossa disciplina, entre as quais o registro da aula do dia 23 de janeiro, que transcrevo a seguir:
RELATÓRIO DA AULA DE FILOSOFIA
DATA: 23.01.2014
Aos
vinte e três dias do mês de janeiro de 2014, na sala de número cinquenta e um
(51) do bloco do Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL) da Universidade
Federal do Amazonas (UFAM), às 16h20, iniciou a aula com os alunos do 6º
Período da graduação de Filosofia, ministrada pelo professor Dr. Nelson Matos
de Noronha. Nessa aula participaram os alunos: Hudson Benevides, Alisson Lima,
Maurilio M. Lima, Bruno Victor Brito e Bruno Lomas. Estagiários docentes: Joyce
Karoline Pontes, Josué Vieira e Soraya Lima. Seguindo as orientações da aula anterior,
o professor Dr. Nelson Noronha solicitou que os alunos, Bruno Lomas e Alisson
Lima, dessem continuidade à apresentação dos projetos. Assim, o aluno Bruno
Lomas de Souza apresentou a proposta do seu projeto cujo titulo é: “O ensino de filosofia e a democracia”.
Como objetivo do projeto, o aluno disse que buscará: Mostrar como o ensino de filosofia
se enquadra em um regime democrático, partindo, principalmente do pensamento
filosófico contemporâneo Chaimm Perelman.
Para o aluno, articular o projeto ao pensador, insere o instrumento do
argumento, pois o ensino de filosofia sendo obrigatório no Ensino Médio é
valido para dar respostas as perguntas não só no Ensino Médio, mas também de
modo geral; por ter participado do PIBIC, o aluno fará a pesquisa de caráter eminentemente
bibliográfico, além das vivências que ele tem com as pessoas do Ensino Médio e
superior acerca das noções de democracia; o segundo estágio do projeto seria o
estudo por meio dos clássicos como Platão e Aristóteles; nesse sentido, o aluno
expõe que a argumentação é destaque para o estabelecimento ou não do pensamento
filosófico; como cronograma de novembro a março por meio de conversas com
estudantes leituras e escritas o aluno fará o confronto desses argumentos e
finalmente entregar o produto do trabalho por meio da escrita de um artigo.
Expõe também que o tema escolhido para o trabalho-democracia- o levou a
argumentar se de fato o regime a qual estamos inseridos é uma democracia, ou é
apenas a liberdade de expressão; para ele a palavra remete ao conceito etimológico,
que significa governo do povo: nesse sentido, enquanto liberdade, será que
nosso regime é democrático? se for, é um campo apropriado para argumentos por
meio da filosofia; finalmente para ele, todo debate tem um pano de fundo sendo
portanto o mesmo que delimita o debate,
a tese de cada um, qual se sustenta ou não, e no final das contas prevalecerá
as argumentações mais próximas; o arcabouço cultural pode ser visto por meio
das conversas cotidianas e das informações recebidas pela mídia, jornal
impresso ou televisionado: assim, a chegada dessas informações giram em torno
de uma mesma delimitação, definindo nesse caso, pelas entidades encarregadas
das informações. A partir de então a possibilidade de debate, parece imitar o
que se chama democrático, no entanto, o sentido é: só o fato de pensar que
vivem em ambiente democrático, traz uma situação democrática. O ideal é pensar
em uma democracia que não exista apenas um arcabouço cultural. Após a
apresentação o professor Dr. Nelson Matos de Noronha falou sobre a utilidade da
produção-artigo: fazer a pesquisa de modo que a mesma não “ameace” as pessoas,
no sentido de que o trabalho do aluno mesmo que aparentemente, não atinja a
integridade, a moral das pessoas, mesmo que essas pessoas sejam conhecidas do
aluno; além do mais, o tema poderá ser potencializado por meio da relação entre
a filosofia e a democracia: para o professor Noronha, essa questão é
fundamental, por ser a argumentação a possibilidade de convencimento, onde uma
escolha pode ser melhor que a outra; nesse sentido, há risco na argumentação,
pois embora seja uma técnica da lógica do discurso, envolver elementos
culturais implica nas paixões que a pessoas tem. Assim, há outras técnicas mais
eficazes que atingem inclusive o coração das pessoas, pois reúne elementos que
não só os discursivos e sim trabalha a emoção como síntese de técnicas que
buscam influenciar a decisão do eleitor, consumidor, etc. Portanto, a filosofia
pode oferecer a possibilidade de os alunos “jogar”, para que se torne exercício
individual das práticas subjetivas das pessoas, onde ela saiba fazer o
discernimento critico dos jogos ideológicos existentes. Assim, passada a palavra
para os alunos, Soraya e Josué, estagiários da turma empreenderam exemplos
demonstrando que as temáticas do cotidiano perpassam pelo caráter da
argumentação; colaborando com ambos, o professor Noronha disse: ”no entanto,
que a mesma empreenda a técnica do discurso, portanto utilizar argumentos de
modo que tenha uma “plástica” que faça o sujeito sonhar, se apaixonar e ao
mesmo tempo falar da vida concreta. É preciso que a discussão dos valores
esteja ligada a vivencia das pessoas”. Em sequência, o aluno Alisson Lima
iniciou a apresentação do projeto: “É
possível ainda o ensino médio sem filosofia?” O aluno justifica que o
projeto teve a ver com as discussões ocorridas nas aulas de filosofia e também
entre conversas com professores de outras áreas. Para ele é importante a
discussão sobre o que de fato tem sido as aulas de filosofia: ela é necessária?
o que o aluno faz ?Para ele a discussão pode ser empreendida por meio dos
debates atuais que encerram a retirada da disciplina das aulas do ensino médio.
Visto desse modo, expõe o seguinte: será que as competências que cabem a
filosofia poderiam ser assumidas por outras disciplinas? O aluno relata que as
orientações para o ensino de filosofia no ensino médio parecem confusas quanto
ao ensino da disciplina. Como metodologia diz que abordará os alunos da própria
UFAM, futuros professores para saber como é repassada a filosofia nos cursos de
letras e história, por exemplo; depois abordará alunos novos e os que estão
saindo para saber se os docentes que
ministram aulas de filosofia são de fato especializados na área. Para ele,
essas situações refletem o pensamento da sociedade sobre a disciplina. Finalmente
o aluno apresentará os resultados por meio de gráficos quantitativos das
respostas colhidas nas entrevistas; além da entrega de um relatório final para
o departamento de filosofia, a fim de deixar os professores a par da situação
atual da disciplina. Ao final o professor Nelson Matos de Noronha, propõe que o
problema do projeto do aluno seja colocado de outra maneira: “caso a tese de
que os professores de outras áreas possam de fato ensinar filosofia, quem vai ensinar
a matéria das aulas destes”? Quanto ao Estatuto Jurídico da Filosofia é
diferente a do Platão e do Einstein,
porque a Física pode ser o objeto de um ensino regular e repetido, já a
Filosofia não. Apesar de a disciplina ter uma matriz curricular, você pode
ensinar uma doutrina, menos a Filosofia, pois vai se tornar algo que faz parte
do cotidiano da sociedade. Logo, essa competência de reflexão deveria ser o
objeto do ensino da Filosofia, por isso o professor precisa desenvolver ou ter
algum talento para induzir os alunos. A aprendizagem não é realizada por quem
ensina, mas pelo próprio estudante, quando seu intelecto é tocado. Portanto, é
necessário um professor que ministra
aulas encantadoras aos alunos ou propicie aos estudantes uma experiência positiva.
O conteúdo de uma disciplina como a Filosofia e uma de história, por exemplo,
possuem estatutos diferentes. No caso da Filosofia, o objetivo não vai ser
alcançado no caso se o professor for apenas para cumprir a carga horária do
programa. “Eu sou a favor da obrigatoriedade da Filosofia e pelas exigências de
hoje na grade curricular muita coisa está sendo retirada, e com isso, a
coordenação dos cursos vão tirando os cursos como Filosofia, Sociologia, Língua
Estrangeira. Na verdade eu penso desde que a LDB existe desde 1996, e que os
cursos de Licenciatura são voltados para ser professor. O livro do Foucault Hermenêutica do Sujeito é uma
leitura que argumenta sobre a questão da formação do professor: mostra práticas
pedagógicas da antiguidade que diziam respeito entre um filósofo e a relação do
seu aprendiz. E hoje nós temos ambientes que fazem com que a disciplina não
desapareça, mas que condições possam ser criadas para melhorar a profissão do
professor”.Apos essa exposição o professor Noronha encerrou as atividades da
aula dessa tarde com o compromisso de voltarmos na próxima aula dando
continuidade às apresentações restantes. Encerrada apresentação dos trabalhos,
aula encerrou as 18:05h com a indicação da postagens das atividades dessa tarde
a serem postados no blog de Filosofia da turma (http://filosofiacontemporaneanaeducacao.blogspot.com.br/).
É
o registro.
Abraços,
Nelson Noronha
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