segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Aula do dia 23 de janeiro de 2014

Boa Noite, amigos.
Gostaria de agradecer à Mestranda Soraya Lima por suas contribuições para o sucesso de nossa disciplina, entre as quais o registro da aula do dia 23 de janeiro, que transcrevo a seguir:



RELATÓRIO DA AULA DE FILOSOFIA
DATA: 23.01.2014
Aos vinte e três dias do mês de janeiro de 2014, na sala de número cinquenta e um (51) do bloco do Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL) da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), às 16h20, iniciou a aula com os alunos do 6º Período da graduação de Filosofia, ministrada pelo professor Dr. Nelson Matos de Noronha. Nessa aula participaram os alunos: Hudson Benevides, Alisson Lima, Maurilio M. Lima, Bruno Victor Brito e Bruno Lomas. Estagiários docentes: Joyce Karoline Pontes, Josué Vieira e Soraya Lima. Seguindo as orientações da aula anterior, o professor Dr. Nelson Noronha solicitou que os alunos, Bruno Lomas e Alisson Lima, dessem continuidade à apresentação dos projetos. Assim, o aluno Bruno Lomas de Souza apresentou a proposta do seu projeto cujo titulo é: “O ensino de filosofia e a democracia”. Como objetivo do projeto, o aluno disse que buscará: Mostrar como o ensino de filosofia se enquadra em um regime democrático, partindo, principalmente do pensamento filosófico contemporâneo Chaimm Perelman. Para o aluno, articular o projeto ao pensador, insere o instrumento do argumento, pois o ensino de filosofia sendo obrigatório no Ensino Médio é valido para dar respostas as perguntas não só no Ensino Médio, mas também de modo geral; por ter participado do PIBIC, o aluno fará a pesquisa de caráter eminentemente bibliográfico, além das vivências que ele tem com as pessoas do Ensino Médio e superior acerca das noções de democracia; o segundo estágio do projeto seria o estudo por meio dos clássicos como Platão e Aristóteles; nesse sentido, o aluno expõe que a argumentação é destaque para o estabelecimento ou não do pensamento filosófico; como cronograma de novembro a março por meio de conversas com estudantes leituras e escritas o aluno fará o confronto desses argumentos e finalmente entregar o produto do trabalho por meio da escrita de um artigo. Expõe também que o tema escolhido para o trabalho-democracia- o levou a argumentar se de fato o regime a qual estamos inseridos é uma democracia, ou é apenas a liberdade de expressão; para ele a palavra remete ao conceito etimológico, que significa governo do povo: nesse sentido, enquanto liberdade, será que nosso regime é democrático? se for, é um campo apropriado para argumentos por meio da filosofia; finalmente para ele, todo debate tem um pano de fundo sendo portanto o mesmo  que delimita o debate, a tese de cada um, qual se sustenta ou não, e no final das contas prevalecerá as argumentações mais próximas; o arcabouço cultural pode ser visto por meio das conversas cotidianas e das informações recebidas pela mídia, jornal impresso ou televisionado: assim, a chegada dessas informações giram em torno de uma mesma delimitação, definindo nesse caso, pelas entidades encarregadas das informações. A partir de então a possibilidade de debate, parece imitar o que se chama democrático, no entanto, o sentido é: só o fato de pensar que vivem em ambiente democrático, traz uma situação democrática. O ideal é pensar em uma democracia que não exista apenas um arcabouço cultural. Após a apresentação o professor Dr. Nelson Matos de Noronha falou sobre a utilidade da produção-artigo: fazer a pesquisa de modo que a mesma não “ameace” as pessoas, no sentido de que o trabalho do aluno mesmo que aparentemente, não atinja a integridade, a moral das pessoas, mesmo que essas pessoas sejam conhecidas do aluno; além do mais, o tema poderá ser potencializado por meio da relação entre a filosofia e a democracia: para o professor Noronha, essa questão é fundamental, por ser a argumentação a possibilidade de convencimento, onde uma escolha pode ser melhor que a outra; nesse sentido, há risco na argumentação, pois embora seja uma técnica da lógica do discurso, envolver elementos culturais implica nas paixões que a pessoas tem. Assim, há outras técnicas mais eficazes que atingem inclusive o coração das pessoas, pois reúne elementos que não só os discursivos e sim trabalha a emoção como síntese de técnicas que buscam influenciar a decisão do eleitor, consumidor, etc. Portanto, a filosofia pode oferecer a possibilidade de os alunos “jogar”, para que se torne exercício individual das práticas subjetivas das pessoas, onde ela saiba fazer o discernimento critico dos jogos ideológicos existentes. Assim, passada a palavra para os alunos, Soraya e Josué, estagiários da turma empreenderam exemplos demonstrando que as temáticas do cotidiano perpassam pelo caráter da argumentação; colaborando com ambos, o professor Noronha disse: ”no entanto, que a mesma empreenda a técnica do discurso, portanto utilizar argumentos de modo que tenha uma “plástica” que faça o sujeito sonhar, se apaixonar e ao mesmo tempo falar da vida concreta. É preciso que a discussão dos valores esteja ligada a vivencia das pessoas”. Em sequência, o aluno Alisson Lima iniciou a apresentação do projeto: “É possível ainda o ensino médio sem filosofia?” O aluno justifica que o projeto teve a ver com as discussões ocorridas nas aulas de filosofia e também entre conversas com professores de outras áreas. Para ele é importante a discussão sobre o que de fato tem sido as aulas de filosofia: ela é necessária? o que o aluno faz ?Para ele a discussão pode ser empreendida por meio dos debates atuais que encerram a retirada da disciplina das aulas do ensino médio. Visto desse modo, expõe o seguinte: será que as competências que cabem a filosofia poderiam ser assumidas por outras disciplinas? O aluno relata que as orientações para o ensino de filosofia no ensino médio parecem confusas quanto ao ensino da disciplina. Como metodologia diz que abordará os alunos da própria UFAM, futuros professores para saber como é repassada a filosofia nos cursos de letras e história, por exemplo; depois abordará alunos novos e os que estão saindo para saber  se os docentes que ministram aulas de filosofia são de fato especializados na área. Para ele, essas situações refletem o pensamento da sociedade sobre a disciplina. Finalmente o aluno apresentará os resultados por meio de gráficos quantitativos das respostas colhidas nas entrevistas; além da entrega de um relatório final para o departamento de filosofia, a fim de deixar os professores a par da situação atual da disciplina. Ao final o professor Nelson Matos de Noronha, propõe que o problema do projeto do aluno seja colocado de outra maneira: “caso a tese de que os professores de outras áreas possam de fato ensinar filosofia, quem vai ensinar a matéria das aulas destes”? Quanto ao Estatuto Jurídico da Filosofia é diferente a do Platão e do Einstein, porque a Física pode ser o objeto de um ensino regular e repetido, já a Filosofia não. Apesar de a disciplina ter uma matriz curricular, você pode ensinar uma doutrina, menos a Filosofia, pois vai se tornar algo que faz parte do cotidiano da sociedade. Logo, essa competência de reflexão deveria ser o objeto do ensino da Filosofia, por isso o professor precisa desenvolver ou ter algum talento para induzir os alunos. A aprendizagem não é realizada por quem ensina, mas pelo próprio estudante, quando seu intelecto é tocado. Portanto, é necessário  um professor que ministra aulas encantadoras aos alunos ou propicie aos estudantes uma experiência positiva. O conteúdo de uma disciplina como a Filosofia e uma de história, por exemplo, possuem estatutos diferentes. No caso da Filosofia, o objetivo não vai ser alcançado no caso se o professor for apenas para cumprir a carga horária do programa. “Eu sou a favor da obrigatoriedade da Filosofia e pelas exigências de hoje na grade curricular muita coisa está sendo retirada, e com isso, a coordenação dos cursos vão tirando os cursos como Filosofia, Sociologia, Língua Estrangeira. Na verdade eu penso desde que a LDB existe desde 1996, e que os cursos de Licenciatura são voltados para ser professor. O livro do Foucault Hermenêutica do Sujeito é uma leitura que argumenta sobre a questão da formação do professor: mostra práticas pedagógicas da antiguidade que diziam respeito entre um filósofo e a relação do seu aprendiz. E hoje nós temos ambientes que fazem com que a disciplina não desapareça, mas que condições possam ser criadas para melhorar a profissão do professor”.Apos essa exposição o professor Noronha encerrou as atividades da aula dessa tarde com o compromisso de voltarmos na próxima aula dando continuidade às apresentações restantes. Encerrada apresentação dos trabalhos, aula encerrou as 18:05h com a indicação da postagens das atividades dessa tarde a serem postados no blog de Filosofia da turma (http://filosofiacontemporaneanaeducacao.blogspot.com.br/).
É o registro. 

Abraços,

Nelson Noronha

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